Congresso Internacional de Engenharia do Vento encerra com balanço positivo

 Congresso Internacional de Engenharia do Vento encerra com balanço positivo

A 14ª edição do Congresso Internacional de Engenharia do Vento (ICWE), que aconteceu entre os dias 22 e 26 de junho no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre/RS, fechou com números positivos. Mais de 500 conferencistas de 33 países estiveram presentes em fóruns de discussões e resoluções dos problemas relacionados à interação do vento com o ser humano e o meio ambiente. O evento contou com a presença de engenheiros, arquitetos, meteorologistas, estudantes e demais profissionais da área.

O primeiro dia de trabalhos apresentou debates sobre o impacto do vento não apenas em grandes construções, mas em empreendimentos menores que também exigem estudos técnicos para serem erguidos. Segundo o professor, pesquisador e consultor Dr. John Holmes, da Austrália, que fez a primeira palestra do evento, construções menores devem passar por uma análise estrutural para evitar problemas futuros. Outro assunto levantado por Holmes foi a reação das estruturas frente a tempestades de pouca duração.

Na terça-feira, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEOLICA, Élbia Silva Gannoum, destacou a importância da capacidade brasileira na geração de energia eólica durante sua apresentação. “O nosso vento é um dos melhores do mundo e é por isso que temos um potencial de crescimento muito grande nessa área”, afirmou. Ela também comentou que, com todo o potencial dos ventos brasileiros, os números da eólica mudam muito rapidamente. “No Rio Grande do Sul, por exemplo, temos atualmente dois mil megawatts sendo gerados em 92 parques e outros 42 sendo construídos, ou seja, mais 792 megawats”.

Outro palestrante de destaque foi Jens Peter Molly, diretor geral do Grupo DEWI, empresa alemã com filial no Brasil que atua na área de consultoria em energia eólica. Ele destacou que o Rio Grande do Sul tem condições de vento melhores em relação à Alemanha para gerar este tipo de energia alternativa. Molly ressaltou que a velocidade dos ventos em solo gaúcho fica na média de 8 metros por segundo, enquanto na Alemanha oscila entre 6 e 7 m/s. Mesmo em condições melhores de potencial, a Alemanha – por ter 25 anos de experiência no setor de energia eólica – chega a produzir mais energia em relação a todo o Brasil, que atua apenas há dez anos neste setor. Molly comenta que esta diferença contribui para a diferença entre os países.

 “Na Alemanha, todas as regras são transparentes para quem deseja investir neste setor, enquanto no Brasil há muita burocracia e falta de infraestrutura”, avalia Molly, que conhece profundamente o setor nacional, pois foi um dos autores do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), Decreto nº 5.025, de 2004, instituído com o objetivo de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN).

A organização do evento ficou a cargo de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e por engenheiros da empresa Vento-S Consultoria em Engenharia do Vento Ltda. O diretor do Laboratório de Aerodinâmica das Construções (LAC) da UFRGS e presidente do comitê organizador do evento, Acir Mércio Loredo-Souza, destacou que a 14ª edição do congresso foi um sucesso em decorrência da presença de especialistas renomados na área e da qualidade das palestras apresentadas. Para ele, o principal assunto foi a falta de uma normatização para estruturas que sofrem tempestades muito fortes, geralmente com consequências destrutivas.

Considerado o principal congresso da área no mundo, esta edição aconteceu pela primeira vez na América do Sul. O evento é realizado a cada quatro anos e aborda diversos tópicos relacionados à ação e efeitos do vento, entre os quais: meteorologia, túneis de vento, energia eólica, dispersão atmosférica de poluentes, erosão eólica, aerodinâmica de veículos, simulação computacional, planejamento urbano, conforto e segurança de pedestres, ação do vento em edificações, ação do vento em pontes e estruturas especiais, redução de acidentes causados pelo vento entre outros assuntos. A próxima edição do congresso ocorre em 2019 em Pequim, na China.

A cerimônia de abertura do congresso foi conduzida pelo prof. Acir Mércio Loredo-Souza, chairman do evento e presidente da Associação Brasileira de Engenharia do Vento, e contou com a participação da Sra. Lygia Blessmann, representando o professor Joaquim Blessmann – criador do Laboratório de Aerodinâmica das Construções (LAC) da UFRGS -, do secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker – representando o governador do Estado -, do professor Yukio Tamura, presidente da Associação Internacional da Engenharia do Vento e do secretário de Turismo Esporte e Lazer, Juvir Costella. Fonte: Amorim Comunicação

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